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Álcool e Ayahuasca
O álcool actua principalmente como um depressor do sistema nervoso central. Aumenta o neurotransmissor inibitório GABA (ácido gama-aminobutírico) e reduz o neurotransmissor excitatório glutamato. Também influencia outros sistemas de neurotransmissores, como os sistemas da dopamina e da serotonina, contribuindo para os seus efeitos de alteração do humor.
A ayahuasca é originária da Amazónia como substância xamânica. É produzida através da infusão do caule triturado da planta malpighiacea Banisteriopsis caapi com folhas de outras plantas, normalmente Dyplopteris cabrerana ou Psychotria viridis. A principal contribuição da Banisteriopsis caapi são três alcalóides, conhecidos como ß-carbolinas: harmina, tetrahidroharmina e, em menor grau, harmalina. Entretanto, Dyplopteris cabrerana e Psychotria viridis adicionam quantidades significativas de N,N-dimetiltriptamina (DMT). A composição final da ayahuasca varia muito, devido à flutuação dos níveis de alcalóides nas plantas usadas, às diferenças nos tempos de extração e às variações nos níveis de concentração na infusão final.
Entre os alcalóides principais da ayahuasca, o DMT destaca-se por induzir os seus efeitos alucinogénios. O DMT é um alucinogénio potente e de ação curta, encontrado em muitas espécies de plantas de zonas temperadas e tropicais. O DMT actua principalmente nos receptores de serotonina, sobretudo nos 5-HT2A, provocando estados alterados de consciência e alucinações.
A combinação de álcool e Ayahuasca é uma mistura complexa e potencialmente perigosa, envolvendo interacções a vários níveis bioquímicos e fisiológicos.
O álcool pode alterar o metabolismo do DMT, levando potencialmente a níveis imprevisíveis da substância no corpo. Os efeitos depressivos do álcool podem intensificar ou alterar de forma imprevisível os efeitos psicoactivos da Ayahuasca. Os IMAOs da Ayahuasca podem interagir perigosamente com os subprodutos do metabolismo do álcool, podendo levar a crises hipertensivas. A carga sobre o fígado e os efeitos tóxicos sobre os hepatócitos podem também aumentar significativamente. A mistura pode intensificar os efeitos psicológicos, podendo levar a ansiedade grave, paranoia e psicose. A interação destas substâncias é altamente imprevisível, com efeitos muito variáveis entre indivíduos.
Normalmente, a ingestão de Ayahuasca não é uma experiência recreativa, mas sim mística, transformadora e possivelmente terapêutica, que de uma forma ou de outra, será um poderoso abalo na neuroquímica do cérebro, na consciência e na personalidade. Por isso, o uso da Ayahuasca é geralmente acompanhado de preparações cuidadosas, até à observância do jejum. Neste sentido, qualquer combinação com a Ayahuasca parece supérflua e indesejável.
Em todo o caso, recomendamos que evites esta combinação em quaisquer condições.
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