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Álcool e maconha
O álcool, cientificamente conhecido como etanol, é uma substância psicoativa que vem sendo consumida por seres humanos há séculos. Quando consumido, o álcool afeta vários sistemas do corpo, levando à alteração dos estados físico e psicológico.
O álcool é classificado como um depressor do Sistema Nervoso Central (SNC), o que significa que diminui a atividade cerebral.
Ele aumenta o efeito do GABA (ácido gama-aminobutírico), um neurotransmissor inibitório, levando à diminuição da atividade neural. Também aumenta os níveis de dopamina no circuito de recompensa do cérebro, que estão associados aos efeitos prazerosos do consumo de álcool. A atividade neural lenta afeta as funções cognitivas (como julgamento e raciocínio) e a coordenação motora.
O consumo inicial pode levar a sentimentos de felicidade ou euforia. As funções cognitivas, como a tomada de decisões e a avaliação de riscos, ficam comprometidas. A coordenação e os tempos de reação são afetados negativamente. A fala arrastada e a sonolência são comumente observadas com o aumento do consumo.
A maconha é uma droga psicoativa derivada da planta Cannabis. Ela é utilizada para fins recreativos, medicinais e espirituais. O principal componente psicoativo da cannabis é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), embora a planta contenha vários outros canabinoides que também influenciam seus efeitos.
A cannabis pode ser fumada, vaporizada, ingerida (como em comestíveis) ou aplicada topicamente. Quando fumado ou vaporizado, o THC é rapidamente absorvido pela corrente sanguínea por meio dos pulmões. Quando ingerido, é absorvido pelo trato gastrointestinal. O THC circula pela corrente sanguínea, atingindo o cérebro e outros órgãos do corpo.
O SNC contém receptores de canabinoides, principalmente receptores CB1, que fazem parte do sistema endocanabinoide (ECS). O THC se liga aos receptores CB1, influenciando a liberação de neurotransmissores no cérebro e alterando a neurotransmissão normal. A ligação do THC modula a liberação de neurotransmissores, afetando vários processos mentais e fisiológicos.
Os usuários geralmente experimentam uma sensação de euforia ou "euforia". Mudanças na percepção do tempo, experiências sensoriais intensas e consciência espacial alterada são comuns. A memória de curto prazo pode ser afetada negativamente. As habilidades motoras e a coordenação podem ser prejudicadas. O aumento do apetite é geralmente chamado de "vontade de comer".
O uso persistente pode afetar as funções cognitivas, principalmente quando usado durante a adolescência. Há preocupações sobre o impacto na saúde mental, principalmente em indivíduos predispostos a doenças como a esquizofrenia. Embora menos comum do que com substâncias como álcool ou nicotina, a dependência pode ocorrer com o uso regular.
A interação entre o álcool e a cannabis leva à alteração dos sentidos, mudanças de humor, movimento corporal prejudicado, dificuldade de raciocínio e de resolução de problemas, além de memória e aprendizado prejudicados. Estudos destacaram os efeitos sinérgicos do álcool e da maconha, em que a coadministração resulta em maior prejuízo nas medidas comportamentais e neurocognitivas em comparação com o uso isolado de uma das substâncias.
O álcool pode aumentar a absorção do THC, o que significa que os efeitos psicoativos da maconha podem ser sentidos com mais intensidade e rapidez. Na presença de álcool, são detectados níveis significativamente mais altos de THC no sangue e de seu principal metabólito ativo, o que pode explicar o maior comprometimento observado após a coadministração de cannabis e álcool.
Há poucos dados disponíveis sobre a influência aguda da cannabis na motivação para consumir álcool, embora alguns estudos sugiram que a cannabis, em relação ao placebo, reduziu agudamente a quantidade de álcool consumida em uma tarefa de consumo subsequente.
O efeito sinérgico da combinação pode levar a um aumento da incapacidade e a uma maior probabilidade de sofrer efeitos colaterais negativos:
- Coordenação prejudicada: Ambas as substâncias prejudicam a coordenação motora e os tempos de reação, aumentando o risco de acidentes.
- Prejuízo cognitivo: A memória, a atenção e a tomada de decisões podem ser significativamente prejudicadas.
- Ansiedade e paranoia: Alguns indivíduos podem apresentar aumento da ansiedade ou paranoia.
- Desidratação: Tanto o álcool quanto a maconha podem levar à desidratação e à boca seca.
O fenômeno de sentir os efeitos do álcool e da cannabis simultaneamente é muitas vezes chamado de "cross-fading". Isso pode levar a uma maior intoxicação, às vezes resultando em náusea, tontura e, em casos graves, "esverdeamento" (termo usado para descrever a sensação de enjoo após o consumo de cannabis).
Perigos
Intoxicação excessiva: O uso combinado pode levar a uma intoxicação grave, o que pode resultar em uma tomada de decisão ruim, comportamentos de risco e desmaios.
Riscos cardiovasculares: Ambas as substâncias podem aumentar a frequência cardíaca, o que representa riscos potenciais para indivíduos com problemas cardíacos preexistentes.
Riscos à saúde mental: O uso prolongado de ambas as substâncias pode ter efeitos prejudiciais à saúde mental, contribuindo potencialmente para doenças como depressão e ansiedade.
Dependência: Existe o risco de desenvolver dependência de uma ou de ambas as substâncias.
A exposição crônica ao álcool geralmente aumenta a produção de endocanabinoides, o que pode desregular a sinalização do receptor CB1, contribuindo potencialmente para a ansiedade e a recaída no consumo de álcool.
Possíveis benefícios
A cannabis produz ações anti-inflamatórias, o que poderia atenuar algumas consequências inflamatórias adversas do abuso de álcool.
Grandes conjuntos de dados hospitalares indicam que o uso de cannabis reduz o risco de pancreatite alcoólica e gastrite.
Estudos pré-clínicos sugerem diversos efeitos benéficos do CBD, como a neuroproteção contra os efeitos adversos do álcool no hipocampo e a redução do dano hepático mediado pelo álcool.
Recomendações
Comece com pouco e vá devagar: se optar por consumir ambos, comece com doses menores para minimizar os riscos e entender sua tolerância.
Mantenha-se hidratado: Certifique-se de beber água para reduzir a possível desidratação.
Evite atividades perigosas: Nunca dirija, escale, nade etc. sob a influência de álcool, cannabis ou ambos.
Conheça seus limites: Esteja ciente de seus próprios limites e certifique-se de consumir com responsabilidade.
Se decidir combinar essas substâncias, recomendamos que tome primeiro a maconha, aproveite seus efeitos e, quando eles passarem dos valores máximos, adicione um pouco de álcool para obter um efeito sedativo e relaxante. Esse cenário, se forem observadas as dosagens adequadas, minimiza os riscos.
À luz dessas considerações, recomendamos enfaticamente uma abordagem significativa para essa combinação.
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